Dislexia, aprendizado e auto-estima

Você já ouviu falar de dislexia? Este é um assunto que parece estar na moda, mas a circulação de informação é muito importante. Estima-se que cerca de 15 a 20% da população sofra dessa dificuldade, e a maior parte das pessoas chega à vida adulta sem consciência dessa característica.

A dislexia manifesta-se como dificuldades de aprendizagem, afetando a escrita, a leitura e até mesmo a fala de seu portador. Entretanto, ela não significa baixo desempenho intelectual: muitas vezes, disléxicos possuem inteligência e criatividade acima da média. Alguns famosos: Tom Cruise, Agatha Christie, Thomas Edison e Leonardo da Vinci. Existe um forte traço genético na sua ocorrência e quanto antes esse problema for detectado, melhor o tratamento.

Talvez você esteja achando esquisito eu estar falando deste assunto já que você já é alfabetizado, mas existe um aspecto da dislexia que uma profissional como eu não pode ignorar: um de seus sintomas é a dificuldade de aprender um segundo idioma. Muitos alunos convivem com essa dificuldade confundindo-a com falta de inteligência e desatenção, desenvolvendo uma baixa auto-estima por conta disso. Acreditam que "não levam jeito para inglês", que "é muito difícil" e coisas do tipo. Importante: nem todo aluno que tem dificuldade é necessariamente disléxico, mas essa é uma possibilidade que deve ser levada em consideração.

As manifestações da dislexia são cinco:

Disgrafia - dificuldades com a língua escrita
Discalculia - dificuldades com linguagem matemática
Déficit de atenção - dificuldade para se concentrar em tarefas
Hiperatividade - excesso de atividade psicomotora
Hipoatividade - baixa atividade psicomotora

Veja mais sintomas aqui.

Se você se identificou com a descrição do quadro, procure ajuda especializada.
A Associação Brasileira de Dislexia, por exemplo, possui uma equipe multidisciplinar altamente capacitada para fazer o diagnóstico e orientar o tratamento. Encaminhei uma aluna minha há alguns anos para eles e ela foi muito bem-atendida, além de ter se livrado de um trauma que a perseguia desde a infância. :)

Um abraço!